sexta-feira, 20 de outubro de 2017

A cebola

A cebola é tipicamente classificada como tempero mais utilizado em refogados. No entanto, pode ser consumida inteira, se a pessoa suportar o gosto, ajudando a prevenir gripes e resfriados. Este tipo de consumo deve ser evitado no caso da pessoa ter úlcera, gastrite ou ter tendência à aftas.

Origem e início de uso

A origem da Cebola remonta 5500 anos, e seus registros indicam a Ásia Central (Irã e Paquistão Oriental) como fonte dos mesmos. Não é fácil mapear o local do seu nascedouro, pois seu cultivo não deixa evidências. De acordo com a National Onion Association, associação americana que trata de tudo que envolva a cebola, o uso da cebola na alimentação precede a escrita e a prática da agricultura.

Alguns pesquisadores dizem que o seu cultivo já tem 5000 anos. Este é o tempo de vida do seu cultivo na China. Tomando os registros egípcios por referência, são 3500 anos de cultivo, onde ela era usada na alimentação, na arte e na mumificação. Seu uso no Egito é atestado por representações dos sacerdotes segurando cebolas. O rei Ramses IV foi mumificado com cebolas preenchendo as órbitas de seus olhos.

Os Egiptologistas creem que a cebola era muito utilizada pelo seu odor e por seu poder mágico de suscitar o fôlego das pessoas. Desta forma os egípcios acreditavam que esta propriedade seria importante no momento da ressurreição da pessoa na outra vida.

A Bíblia cita a cebola em Números 11:5, quando os israelitas lamentam as agruras do deserto: "Nós nos lembramos dos peixes que comíamos de graça no Egito, e também dos pepinos, das melancias, dos alhos porós, das cebolas e dos alhos".

Usos

Os romanos utilizavam a cebola para:
  • Curar males da visão;
  • Induzir o sono;
  • Curar inflamações bucais;
  • Curar mordidas de cães;
  • Diminuir dor de dentes;
  • Tratar disenteria;
  • Tratar a lombalgia;
  • Prevenir o Câncer;
  • Prevenir úlcera gástrica (impede o crescimento da bactéria Heliobacter pylori);
  • Inibe a aglomeração de plaquetas (formação de coágulos);

Prevenção do Câncer

O consumo de espécimes do gênero "allium" (alho, alho-poró e cebola) está sendo muito estudado em relação à prevenção do câncer, principalmente do estômago e colo-retal. Acredita-se que sua eficiência neste campo seja devido aos compostos organossulfurados presentes em sua composição. O que se observa da sua ação é a inibição do crescimento e mutações dos tumores e a prevenção da formação dos radicais livres.

No caso do câncer de colo, já se comprovou que o consumo de fibras contidos nas frutas e vegetais está associado à diminuição do risco do câncer colo-retal. O risco de ocorrência do Câncer de próstata também é diminuído com o consumo regular das espécies do gênero "allium".

Depressão

Se você se espantou ao ler este subtítulo, não é engano de seus olhos não. Os  folatos (vitamina B9) podem ajudar a reduzir a depressão, pois eles ajudam a bloquear os efeitos da homocisteína. A homocisteína interfere na produção dos bons neurotransmissores como a serotonina, a dopamina e a norepinefrina.
Tabela de Nutrientes
Elementos de Nutrição da Cebola
Uma cebola média (148g)
Percentual diário*
Calorias
64
3%
Total de Carboidratos
11 g
4%
Total de Gordura
0
0%
Colesterol
0
0%
Fibras
3 g
12%
Açúcares
9 g

Proteína
1.6 g
3%
Vitaminas


Vitamina A
3 IU
0%
Vitamina C
11.8 mg
20%
Vitamina B6
0.2 mg
9%
Folatos
28.5 mcg
7%
Sais Minerais


Cálcio
36.8 mg
4%
Ferro
.3 mg
2%
Magnésio
15 mg
4%
Fósforo
43.5 mg
4%
Potássio
190 mg
5%
Sódio
6.4
0%
Zinco
.3 mcg
2%
Cobre
0.1 mg
3%
Manganês
0.2 mcg
10%
Selênio
0.7 mcg
1%
Flúor
1.8 mcg

Outros


Álcool
0.0 g

Água
143 g

Cinzas
0.6 g

Cafeína
0.0 mg


Proteção para os tecidos celulares

A Cebola contém um composto denominado Quercetina, da classe dos flavonóides (compostos antioxidantes) que retardam e previnem os danos aos tecidos celulares. Outros alimentos da dieta diária que contém este composto são Maçã e Chá . Existem também evidências de que este composto ajuda a eliminar os radicais livres do corpo, inibindo a oxidação das lipoproteínas de baixa densidade (reação importante para o surgimento da arterioesclorose e ataque do coração), protege e regenera a vitamina E (potente antioxidante) e impede os efeitos danosos dos íons metálicos dos quelatos(1). O consumo diário de cebolas ajuda a manter alta a quantidade de quercetina no sangue.


Conclusão

A Cebola, além de ser um tempero indispensável na preparação dos alimentos, é uma fonte riquíssima em nutrientes que promovem a renovação do corpo e a prevenção das mais temidas desordens na saúde do corpo.
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(1) - Quelatos ou agentes quelantes são compostos orgânicos e inorgânicos capazes de se ligar a ions metálicos para formar estruturas em forma de anel, prevenindo a ação danosa destes íons.






sábado, 9 de setembro de 2017

O açúcar

O nosso corpo é essencialmente um ORGANISMO PLURICELULAR composto de cadeias carbônicas, e cujo combustível são açúcares.

Estes açúcares, em termos mais exatos, podem ser de vários tipos:


  • frutose
  • glicose
  • maltose
  • dextrose
  • lactose
  • galactose


A Galactose está presente no leite materno, a Lactose no leite de Vaca, a Dextrose é obtida a partir do milho, a Maltose a partir de cereais em germinação, a Frutose é o açúcar presente nas frutas, e a Glicose é o açúcar final obtido a partir da quebra das cadeias de polissacarídeos, como o amido, nos organismos vivos.

No entanto, a Glicose também pode ser produzida industrialmente, a partir da cana-de-açúcar, por exemplo, e é uma das formas mais danosas desta substância, pelo fato de disponibilizar energia muito rapidamente para o corpo humano.

A melhor forma de absorção de nutrientes para o corpo é a que ocorre mais lentamente, até por razões termodinâmicas. Quanto mais lenta é a reação, maior é o aproveitamento deste nutriente, e menor a probabilidade de serem gerados radicais livres e desequilíbrios no metabolismo.

O atrativo da Glicose

A Glicose possui um pronunciado efeito adoçante. Para a maiioria das pessoas o gosto dos açúcares com alto teor de glicose é é extremamente envolvente. Isto se deve à sua capacidade de acelerar a produção de Serotonina, justamente pela quantidade de energia que disponibiliza diretamente para o metabolismo dos alimentos. Como a Serotonina é responsável pela sensação cerebral de prazer, o estrago está feito.

Os efeitos da Glicose

Ora, devido ao seu efeito de produzir, mesmo que indiretamente, a sensação de prazer no cérebro, há uma tendência ao seu maior consumo. Devido à sua alta energia, uma parte significativa do aporte de Glicose não é utilizada direetamente, e é armazenada no fígado. Ali ele fica armazenado na forma de Glicogênio (polímeros de glicose). E se a quantidade de Glicogênio aumentar acima de um determinado nível, o fígado quebra novamente o Glicogênio em Glicose, envoiando-a para o sangue. O Pâncreas toma conhecimento do aumento de concentração de Glicose no sangue, e produz a Insulina, de modo a enviar a Glicose para os músculos, para ser transformada em Glicogênio. Se a pessoa fizer exercícios, de modo a queimar a Glicose, antes que ela vire novamente a reserva de Glicogênio, a próxima etapa de transformação não acontecerá. Senão, a próxima etapa é a conversão da Glicose em Triglicérides, que são armazenados na forma de GORDURA.

Comer e exercitar

Você pode comer à vontade, contanto que a energia produzida seja aproveitada. Trabalhadores acostumados a serviços pesados, como atletas, estivadores, pedreiros e congêneres, preenchem estes requisitos. Mas empregados que trabalham mais de 6 horas sentados, tem vida sedentária e não fazem grandes esforços devem evitar refeições pesadas.

Pode-se comer várias vezes por dia, porém em pequenas quantidades, na medida em que não haja no sangue disponibilidade de Glicose que seja reservada. Daí a recomendação de se fazer refeições leves de 3 em 3 ou de 4 em 4 horas, de acordo com a necessidade do indivíduo. Desta forma, evita-se que o corpo faça reservas que vão se transformar em Gorduras.

Conclusão

Açúcar é algo muito gostoso de se comer. Comer é bom, mas saber comer é melhor ainda.



domingo, 4 de setembro de 2016

O alho

O ALHO é uma planta herbácea , cujo nome científico é Allium sativum, da família das liliáceas, originário da Ásia Central e de alta difusão em hortas.

O Alho é um tempero de alta aceitação na cozinha nacional, mas tem múltiplos usos, funcionando como uma verdadeira farmácia natural, como veremos a seguir.

Origem

Em se tratando de uma herbácea comum, não se pode falar em "surgimento" do alho em determinada parte do mundo. Temos que ir em busca dos anais históricos que registram seu uso nas primeiras civilizações. A cultura indiana e a egípcia já se referiam ao alho 5000 anos atrás. Existem registros do seu uso entre os babilônios de 4500 anos atrás, e entre os chineses de 2000 anos atrás.

O alho é citado na Bíblia, quando os hebreus se lembram dos gêneros alimentícios fartos no país de sua escravidão (Números 11:5), e que provocaram impressão tão forte, a ponto de serem citados no momento de sua aflição no deserto .

Portanto, não é errado dizer que sua origem é a Ásia Central, pois é deste polo geográfico que o alho poderia ter se espalhado para o leste (India e China) e para oeste (Egito). Pode-se procurar a origem de uma planta onde esta nasce em estado selvagem. No caso do alho, novamente este axioma leva à Ásia Central: Kirguistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão.

Como aromatizante

A principal substância que dá ao alho seu cheiro e gosto peculiar é a ALICINA. E o componente químico principal que pode ser responsabilizado por sua propriedade é o ENXOFRE.

Como conservante

Em conjunto com o sal, o alho é um ótimo conservante das carnes, e a principal vantagem é que ajuda a dar o seu gosto característico durante o tempo de conservação. A Alicina, presente no alho, é antibactericida e tem poder anti-inflamatório, que vai justificar o seu uso medicinal. A Aliina é um sulfóxido, substância precursora da Alicina, ou seja, através de transformações estruturais a Aliina é transformada em Alicina, dentro do alho. Para obter estas substâncias, basta esmagar o alho. O óleo obtido é rico em Alicina.

Mas utilizar apenas o alho como conservante não vai produzir um efeito duradouro como o que é obtido em associação com o sal.

Nutrientes

O Alho é rico em substâncias de diversos grupos de nutrientes:

NutrienteQuantidade em seis
dentes de alho (18 g)
Cobre0,05 mg
Cálcio32,58 mg
Fósforo27,54 mg
Manganês0,30 mg
Selênio2,56 mcg
Vitamina A0,08 mcg
Vitamina B10,04 mg
Vitamina B60,22 mg
Vitamina B30,32 mg
Vitamina B60,22 mg
Vitamina B120,00 mg
Vitamina C5,62 mg
Vitamina E0,01 mg
Vitamina K0,31 mcg

E contém praticamente todos os aminoácidos de que precisamos:


AminoácidoQuantidade em 6
dentes de alho
Alanina0.02 g
Arginina0.11 g
Acido Aspartico 0.09 g
Cysteina0.01 g
Acido Glutamico 0.14 g
Glycina0.04 g
Histidina0.02 g
Isoleucina0.04 g
Leucina0.06 g
Lysina0.05 g
Metionina0.01 g
Phenylalanina0.03 g
Prolina0.02 g
Serina0.03 g
Treonina0.03 g
Tryptofano0.01 g
Tyrosina0.01 g
Valina0.05 g

Na Medicina

Louis Pasteur, em 1858, faz a primeira observação das propriedades antibacterianas do Alho.

Na Homeopatia

Na fitoterapia, o alho é conhecido por suas propriedades antissépticas (contra infecções), anti-inflamatórias e expectorantes. Dai ser utilizado em cataplasmas e para gargarejo. O alho é processado na homeopatia no tradicional procedimento de dissoluções sucessivas no composto "Allium sativum", muito receitado para gripes e resfriados.

Qual é o segredo do Alho

Em estado natural, o Alho é rico em Aliina (como dito anteriormente). Uma vez mastigado, cozido ou partido, a enzima Alinase, nele contida, transforma a Allina, quimicamente inativa, em Alicina, junto a outras 99 substâncias, responsáveis por todas as propriedades já citadas.Sua eficiência equivale a 1% da penicilina.

Para os males da garganta

Como a Alicina é anti-inflamatória e anti-bacteriana, o contato com as mucosas inflamadas e/ou infeccionadas da garganta nas laringites e faringites promove um alívio dos sintomas, de acordo com a concentração e frequência dos gargarejos.

Benefícios


  • Fornece substâncias com propriedades medicinais;
  • É muito nutritivo, fornecendo poucas calorias;
  • Estimula o ganho de massa magra, pois o dialil sulfito presente nele estimula a síntese de proteínas, e a hipertrofia muscular;
  • Inibe o acúmulo de gordura, pois a 1,2 vinilditina inibe a formação de adipócitos;
  • Fortalece o sistema imunológico, devido ao seu alto teor de vitamina B6;
  • Controla o metabolismo do ferro, pois contém em sua composição a ferroportina que facilita o envio do ferro para a circulação;
  • Previne gripes e resfriados, papel desempenhado pela Alicina, já citada;
  • Desintoxicante em função da alta concentração de compostos sulfurosos presentes em sua constituição;
  • Beneficia o desempenho físico, pois melhora ba circulação e diminui a percepção da fadiga pelo corpo;
  • Controla a glicose no sangue;
  • Fortalece os ossos, pelo seu alto teor de minerais como o zinco e o manganês, e das vitaminas C e B6;
  • Excelente fonte de Selênio (antioxidante);
  • Trata a Acne devido à Alicina (já citada);
  • Diminui a pressão arterial, pelo fato de que os polissulfitos presentes noalho são captados no sangue, produzindo o H2S. Este faz com que as paredes dos vasos circulatórios se dilatem, facilitando a circulação das hemácias. Conjuntamente, a Alicina do alho inibe a Angiotensina, que tende a comprimir os mesmos vasos.

Conclusão

O Alho é um verdadeiro complemento alimentar e medicamento para o corpo humano. Mas não deve ser frito, para não perder as suas propriedades.


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Fontes:
Enciclopédia BARSA - Editora Planeta
Philipp W. Simon, USDA (United States Department of Agriculture), ARS, Vegetable Crops Research Unit, Department of Horticulture, University of Wisconsin, Madison, WI 53706
The Journal of American Nutrition

United States Department of AgUnited States Department of Agriculturericulture
United States Department of Agriculture
United States Department of Agriculture

sábado, 20 de agosto de 2016

O feijão - Arroz com Feijão

O FEIJÃO é uma leguminosa, que se apresenta em forma de sementes ou vagens.

Origem

A variedade chamada de feijão comum (Phaseolus vulgaris) tem origem nas Américas. O feijão branco já era consumido no Egito, onde é chamado de "fassulia", e corresponde ao nosso Feijão-Fradinho. Grãos desta leguminosa foram achados em túmulos de faraós. Os gregos comiam feijão entre as grandes quantidades de leguminosas consumidas em sua mesa, apesar dos discípulos de Pitágoras pregarem que ele devia ser evitado (alias, tanto ele quanto os discípulos foram os precursores da dieta vegetariana). Os romanos usavam o feijão na mesa e como moeda para o pagamento de apostas.

Contexto de cultivo

O feijão nasce e cresce em regiões de clima temperado, subtropical e tropical, portanto é normal que esteja inserido na história e no cotidiano de muitas culturas.

Consumo

O consumo de feijão no Brasil é da ordem de 14,94 kg/pessoa/ano. Em 2015 foram consumidos 3,350 milhões de toneladas ao ano, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Benefícios para a saúde

  • redução dos distúrbios cardio-vasculares, protegendo, de forma eficiente, o coração;
  • O consumo por 4 ou mais vezes por semana reduz 22% o risco de se desenvolver doenças coronárias;
  • seu consumo regular está diretamente associado com a redução da fome, com o controle do apetite voraz e com o menor peso corporal;
  • O consumo frequente de feijão vem sendo associado a reduções seguidas dos níveis de triglicérides, do coletestol LDL e da pressão sanguinea;
  • A dieta com feijão verde ou com maior teor de fibras está associada diretamente com a redução das inflamações, sobretudo intestinais;
  • Pelo fato de ser um bloqueador do canal de cálcio, o magnésio contido no feijão faz com que as veias e artérias relaxem, fazendo com que o fluxo do sangue, nutrientes e oxigênio melhore;
  • Suas fibras insolúveis previnem doenças digestivas, como ocâncer do cólon;
  • Devido à sua considerável quantidade de ferro, ajuda a mulher durante a menstruação;
  • A tiamina (vitamina B1) contida em sua composição é boa para as células do cérebro, ajudando a prevenir problemas de memória;
  • Combate a anemia, pelo seu conteúdo em ferro;
  • Mantém os níveis adequados de açúcar no sangue, pois a faseolamina contida nele diminui a absorção dos carboidratos;

Cuidados com Consumo Excessivo

Quem tem a doença diverticular dos colons deve consumir feijão com moderação. Quando esta doença está presente, o organismo produz muitos gases, e a consequência são as dores abdominais. E mesmo sem doenças já instaladas no sistema digestivo, seu consumo excessivo leva à sensação de inchaço abdominal e à flatulência.

Composição e valor Nutricional

O feijão não é só um. Cada variedade tem seu valor nutricional:

VC = valor calórico, Prot  = proteína, Lip = lipídio,  CHO  = carboidrato, Fib = fibra, Ca = cálcio, Fe = ferro, P = fósforo, K = potássio
FONTE:  Tabela Brasileira de Composição de Alimentos – UNICAMP.
Disponível em: http://www.unicamp.br/nepa/taco/. Acessado dia 08/12/2008

Conteúdo Proteico

O senso comum é perigosamente enganoso. Se você perguntar a um brasileiro qual dos dois tem mais proteínas - carne ou feijão - ele responderá prontamente: CARNE. E isto é apensa mais um dos enganos com os quais temos vivido, alémn de outras crenças. Vejam o diagrama abaixo:

FONTE: Aula sobre feijão - Depto Fitotecnia e Tecnologia dos Alimentos da UNESP - Universidade Estadual Paulista

Arroz com feijão

Sendo nós brasileiros, teríamos obrigatoriamente que falar do "par perfeito" da cozinha nacional.
Em termos básicos, o que o nosso metabolismo faz, principalmente, é produzir proteínas. Estas são produzidas a partir de peças fundamentais: os aminoácidos.

Em se falando de aminoácidos, dois se destacam na importância para a síntese proteica, por serem sulfurados: cistina e metionina. O arroz é rico nos dois, mas pobre em lisina. O feijão tem esta proporção exatamente inversa em relação aos aminoácidos citados, mas é rico em todos os outros que são essenciais ao nosso organismo. Parece até que um foi feito para o outro. O arroz complementa o feijão (pois estamos falando deste último).

Juntos, o arroz e o feijão tem a sua digestibilidade facilitada (proporção de 3 porções de arroz para uma de feijão), e ajudam a prevenir doenças intestinais, além de ser uma mistura pobre em sódio.



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Bibliografia:
Enciclopédia Barsa - Editora Planeta
O Feijão-Comum no Brasil, Passado, Presente e Futuro - Osmira Fátima da Silva & Alcido Elenor Wander
Feijão - Análise da Conjuntura Agropecuária - SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná
Oulton, Randal. "Food in Ancient Greece." CooksInfo.com. Published 18 July 2004; revised 26 July 2012. Web. Accessed 08/20/2016.
Caracterização Físico-Química e Actividade Antioxidante de Novas Variedades de Feijão (Phaseolus vulgaris L.) - Sílvia Marlene Esteves Afonso
ARROZ E FEIJÃO: PROPRIEDADES NUTRICIONAIS E BENEFÍCIOS À SAÚDE - Beatriz da Silveira Pinheiro

sexta-feira, 29 de julho de 2016

O Leite e seus produtores

Nos anos 70, foi promovida uma campanha com o slogan "Leite, bastam dois copos todos os dias". O leite era do tipo "C" (menos gordura), e vinha em saquinhos de 1 litro.

O texto a seguir vai mostrar se isto procede ou não, a composição do leite, e alguns impedimentos ao seu consumo que vem sendo levantados.

História

A história do leite se confunde com a história da domesticação da Vaca. É preciso antes falar do ancestral da Vaca, um animal chamado Auroque.

O Auroque

O Auroque é uma raça de bovinos cuja primeira aparição foi registrada na Índia, e que foi extinta em 1627 (a última vaca da raça morreu na Polônia). Este bovino foi a primeira fonte de carne, leite e couro, além de se prestar como animal de carga. Mas apresentava desvantagens em relação ao boi e vaca que conhecemos atualmente:

  • Era de temperamento indócil;
  • Apresentava um tamanho exagerado (chegava a 1,80 m);
  • Era muito pesado (900 Kg);
  • Exigia grande quantidade de alimentação;
  • Seus chifres podiam chegar a 1,40 m.

À primeira vista, pode parecer desejável um boi ou uma vaca gigante, no entanto, a alimentação necessária para se obter o ponto de corte, ou o ponto ideal de produção de leite se mostram pouco vantajosos. O ideal na pecuária são os animais menores, que atingem rapidamente o patamar biológico de produtividade, e que tenham alta taxa de conversão alimentar.

Cientistas italianos estão tentando recriar esta variedade genética a partir de cruzamentos, sem a necessidade de uma intervenção genética "invasiva". A alegação é a de que esta raça é mais resistente ao aquecimento global.

O gado Bovino

Boi é o nome do macho castrado da espécie Bos taurus. Já touro é o nome deste macho cuja capacidade reprodutora seja mantida. É um animal ruminante, de chifres ocos e domesticável. O touro macho pode alcançar 1100 kg, e a fêmea 720 kg.

Existem basicamente 3 tipos de raças bovinas:


  • As de corte - eficientes na obtenção de carne;
  • As zebuínas - produtivas tanto para corte quanto na obtenção de leite;
  • As leiteiras - eficientes na produção de leite;

Produção de carne

Um boi pesa, em média, ao entrar no frigorífico, 440 Kg. Destes, 255 Kg correspondem à carcaça, 7,3 Kg à carne para uso industrial, 12,9 Kg são de miúdos e glândulas. Da carcaça, 155 Kg correspondem aos diversos cortes de carne.

Produção de leite

A vaca é um animal provido de mecanismos naturais para produzir o leite que o pecuarista espera. O nascimento do bezerro é, assim como ocorre na espécie humana, o estímulo para que as glândulas mamárias produzam o leite. Mas apenas isto não representa uma produção eficiente. O natural é que, quando o bezerro desmamar, a produção vai cessar. Entra em pauta a escolha apropriada da raça.

As três raças que continuam dando leite mesmo após o nascimento da cria são Jérsei, Holandesa e Pardo-suiça. Para que a produção continue, basta estimular a mama, através da ordenha, seja ela manual ou mecânica. Para manter a produção, obviamente teremos que provocar uma nova gestação na vaca, coisa inclusive desejável, para aumentar a quantidade de bezerros. A ordenha manual deverá, então, ser interrompida 2 meses (60 dias) antes do final desta gestação.

Com algumas variações, na primeira lactação as vacas da raça Jersey dão, em média, de 10 a 15 litros de leite por dia. Na segunda lactação a média aumenta um pouco, subindo para um patamar entre 16 e 25 litros por dia.

Componentes principais

Componente Integral Semi-desnatado Desnatado
Carboidratos 9.0 g 9.2 g 9.4 g
Proteínas 6.2 g 6.4 g 6.6 g
Gorduras Totais 6.0 g 2.6 g 0.7 g
Gorduras Saturadas 3.8 g 1.6 g 0.35 g
Gorduras Trans 0.0 g 0.0 g 0.0 g
Cálcio 234 mg 228 mg 228 mg
Sódio 141 mg 143 mg 142 mg




Valores para 200 ml de leite


Lactose

A lactose é um açúcar presente no leite. O corpo das crianças, pela natural necessidade do leite materno, produz muita Lactase. Lactase é a enzima capaz de quebrar as moléculas de lactose. Mas a medida em que o indivíduo ultrapassa a infância, a quantidade de lactase no corpo diminui, e perdurando o consumo regular do leite, a pessoa pode desenvolver intolerância à Lactose.

A intolerância também pode surgir devido a causas secundárias, como:


  • Doença celíaca (veja o artigo sobre o pão);
  • Gastroenterite;
  • Doença de Crohn (doença inflamatória do trato intestinal);


A forma de se contornar a intolerância à Lactose é consumir por um período razoável o leite sem lactose, que tem se proliferado no mercado, para posteriormente ir reintroduzindo na dieta o leite normal (com lactose).

Conclusão

Respeitadas as restrições que a idade e possíveis distúrbios que possam estar ocorrendo temporariamente em relação ao sistema digestivo, o leite pode ser consumido na modalidade mais apropriada (desnatado, sem lactose), ou então completamente eliminado de nossa dieta, pois existem outras fontes de cálcio, gordura e proteínas disponíveis.














quinta-feira, 28 de julho de 2016

O pão - alimento necessário ou apenas tradicional ?

"Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra de Deus"

Se Jesus comparou o pão à palavra de Deus, instrumento de manutenção e crescimento da fé do ser humano, podemos ter uma ideia do valor do pão desde os tempos imemoriais. Ele era (e continua sendo) o alimento de todo dia.

O trigo

O principal constituinte do pão é o Trigo ( triticum aestivum ). Sua origem mais provável é sudoeste da Ásia. Restos mais antigos deste grão foram encontrados na Síria, Jordânia e Turquia. Sementes precursoras do Trigo de hoje foram encontradas no Iraque oriental há 9000 anos.

Outros achados arqueológicos mostram que o trigo com o qual é fabricado o pão cresceu no vale do Rio Nilo há 5000 anos, bem como na Índia, China e Inglaterra.

Apesar de notório por conter carboidratos, o Trigo contém Vitaminas, Sais minerais e proteínas.

Importância

O Trigo é responsável pelo fornecimento de 20 % das calorias que TODOS os seres humanos consomem no planeta Terra. O pão, fabricado a partir do trigo, é um dos principais alimentos da raça humana.

Segundo o Jornal "The Economist", em 10.000 anos a população do planeta aumentou em 10 vezes. As calorias que tornaram isto possível vieram do milho, arroz e trigo.

No entanto, o trigo vem perdendo terreno para o arroz, devido ao crescente número de pessoas com problemas de intolerância ao glúten, aglomerado proteico oriundo da manipulação durante o preparo do trigo para cozimento.

O danoso Glúten

Não é novidade. Todas as pessoas estão tendo consciência e estão aprendendo a inspecionar os rótulos dos alimentos produzidos a partir do trigo, em busca da etiqueta "contém glúten" ou "não contém glúten". De tão sério, o assunto gerou a lei que obriga a indústria alimentícia a avisar o consumidor da presença ou não deste composto, a lei No. 10.674 de maio de 2003.

O Trigo contém, entre as suas proteínas, duas em particular: gliadina e glutenina. As duas perfazem 85 % do conteúdo proteico do trigo. Estas duas proteínas, em contato com a água, formam uma rede insolúvel, que conhecemos pelo nome de GLÚTEN.

O pão, alimento tão comum, é caracterizado pelo seu volume, e o Glúten é um dos grandes parceiros do fermento na responsabilidade de fazer crescer a massa:

Glúten + fermento = Crescimento

O Glúten é formado quando a farinha de trigo, a água e demais ingredientes do pão são misturados e sofrem a ação de um trabalho mecânico. Hoje isto ocorre na máquina que parece uma batedeira de massa.

O interesse do Glúten no processo de formação do pão está na sua capacidade de dar extensibilidade e consistência à massa, além de reter o gás carbônico proveniente da fermentação, fazendo com que a massa cresça. A cevada e o centeio possuem ambas as proteínas, porém em quantidades bem menores, e portanto não geram tanto prejuízo à saúde.

Em outras palavras, ganhamos no crescimento e perdemos um pouco na saúde, pois existem muitas e muitas pessoas com intolerância ao Glúten, e outras que ainda vão desesnvolver tal intolerância.

Doença celíaca

A doença celíaca é de natureza genética. Indivíduos com predisposição podem desenvolver anomalias na mucosa intestinal quando esta entra em contato com frações proteicas tóxicas do trigo, cevada, centeio e aveia. Mas o que seriam estas frações tóxicas ? São as porções com alta concentração de glúten.

A manifestação desta doença também está associada à idade. Ocorrem três picos na vida da pessoa onde é maior a ocorrência: aos dois anos, na adolescência e na meia idade.

Como o mecanismo que dispara esta doença, havendo a predisposição genética, é desconhecido, a solução para que ela pare de se manifestar e a exclusão do fator tóxico que a provoca, ou seja, retirar da dieta alimentar os alimentos que podem conter glúten.

Com manteiga ou sem manteiga

Para indivíduos que não tem intolerância ao glúten, ainda resta discutir se devemos ou podemos comer o delicioso pão com ou sem manteiga. Como tudo na alimentação, é importante evitar o excesso. A vantagem da manteiga é proporcionar um pequeno aporte de vitaminas A e E. No entanto, a manteiga aumenta o colesterol ruim (LDL). As pessoas que não tenham excesso de peso podem comer o pão com um pouco de manteiga, apenas para dar o sabor. E deve-se observar a pressão arterial, para se escolher entre a manteiga com ou sem sal.

A manteiga contém lactose. Existem muitas pessoas com intolerância a Lactose, portanto, este pode ser um fator impeditivo para o seu consumo. No entanto, quanto mais gordura tem uma manteiga, menor será o seu teor de Lactose.

Com margarina ou sem margarina

A margarina contém gordura trans, pelo fato de ser constituída de gordura hidrogenada, que reduz o bom colesterol (HDL). O fator citado das vitaminas na manteiga deixou de ter influência, desde que começaram a adicionar vitaminas à margarina. Também se deve, no caso da margarina, verificar se a pressão arterial permite o consumo da margarina com sal.
Outros acompanhamentos
O pão pode ser consumido acompanhado de carne, beringela, geléia, presunto, queijo, etc. Deve-se observar os critérios de:

  • Açúcar;
  • Colesterol;
  • Lactose;
  • Sal (pressão arterial).

Conclusão

O pão, como qualquer alimento, deve ser consumido respeitando-se as particularidades de saúde da pessoa que o consome.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

O Café - características, importância, benefícios

O Café pode ser chamado de "bebida Brasil". Nosso país já foi o maior produtor e exportador. Esta bebida faz parte da vida diária, e traz benefícios à nossa alimentação, além de ser um elemento intermediário de confraternização e desculpa para uma pausa.

História

A descoberta do Café como fruto com possibilidade de introdução na alimentação humana foi inserida na classe de lenda. O homem, e notadamente os nascidos e criados a partir da década de 90, tem aderido a uma onda de "DUVIDOSE" aguda. O que quer que tenha ocorrido a 60 anos já levanta suspeitas de ter sido uma história real. Daí já começam a falar que é uma lenda, um mito, uma farsa. A descoberta do café foi colocada na categoria de lenda.

Seja o que for, a tradição diz que um pastor de cabras - chamado Kaldi - tinha o costume de levar seu rebanho para pastar. No meio do percurso, elas comiam o frutinho de um arbusto, e daí por diante as mesmas ganhavam enorme disposição para subir os morros que levavam aos pastos. Este frutinho chegou a nós com o nome de Café.

Situação atual

Hoje o café está difundido na Colômbia, Costa Rica, Guatemala, El Salvador e México, além, é claro, do Brasil. O sombreamento foi extinto, e a distância entre as mudas foi reduzido. No Brasil, devido ao clima muito quente, o sombreamento foi reintroduzido (anos 90) nas regiões Norte e Nordeste.

Origem da palavra

O nome Café não provém de "Kaffa" (local de origam da planta) e sim de "qahwa", que significa, pasmem, vinho. Isto se deve ao fato de que ambos se referem a bebida extraída de alguma planta.

A planta

O café nasce de uma planta exótica, cuja origem foi registrada como sendo nas terras altas da Etiópia, e que tem 60 espécies identificadas, mas apenas duas se prestam à cultura cafeeira: Coffea Arabica e Coffea Canephora. A Coffea arabica representa quase 70 % das árvores elegíveis para cultivo. É uma árvore alta (pode atingir 10 metros), mas como isto poderia dificultar a colheita, ela sofre um processo contínuo de podas que regulam a sua altura em apenas 3 metros. Seu crescimento é melhor observado em áreas com altitude entre 450 e 800 m, cuja temperatura fique entre 18 e 22 graus.

As plantas de café só começam a dar frutos comercialmente viáveis de 3 a 5 anos após as sementes germinarem. Elas são produtivas de 15 a 20 anos.

Sais Minerais

Além do principal componente, a cafeína, o café contém sais minerais muito úteis:

Elemento
 Quantidade em mg/100 g 
Mg (magnésio)
3
Ca (Cálcio)
2
K (Potássio)
49

Usos

Pode parecer excessivamente óbvio falar do uso do café, mas faz sentido. Além de bebida ele tem outros usos:

Como remédio - A cafeína contida no café consta da lista de componentes de vários medicamentos, como analgésicos (pois combate a dor e melhora a atividade cerebral, impedindo a letargia excessiva). Ele é também estimulante. A cafeína age sobre o SNC (Sistema Nervoso Central);
Em jardinagem - O resíduo da produção de café pode ser utilizado como fertilizante, por conter Nitrogênio, Fósforo e Potássio;

Benefícios

Durante anos crenças, mitos e tabus foram disseminados em torno do café, mas pesquisadores sérios chegaram a várias conclusões através de estudos meticulosos e isentos a respeito desta bebida e de seus benefícios:


  • O café protege o organismo contra doenças degenerativas;
  • Melhora a saúde do coração;
  • Protege o corpo do câncer;
  • Protege o corpo contra o diabetes;
  • Dá ao corpo condições de combater a depressão;
  • Aumenta a energia e a concentração;
  • Provê uma melhor performance física;
  • Auxilia no controle da asma;
  • Diminui o risco de doenças gastrointestinais;

Conclusão

O café é uma bebida que vale a pena incluir em nossa dieta diária.